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Capítulo 3

22 de ago. de 2012

Thais Cristina,

Dark Night, Shinny Morning

Disparei um grito de surpresa tão alto que poderia facilmente ser escutado em todo o campus. A pessoa permanecia ainda parada em minha frente, fitando-me como se me estudasse.


- Acho que alguém aqui andou tendo pesadelos. - Raven falou, rindo.

- Não é nada disso. - menti - Você me assustou!

- Desculpa, achei que gostaria de conhecer o resto da academia, mas pelo visto, prefere passar o dia todo dormindo.

- Que horas são? - perguntei atônita.

- Meio dia. - ela deu de ombros.

- Meio dia? Não sabia que eu estava com tanto sono...

- Eu disse. - ela respondeu com uma risadinha - Se arruma que eu vou te mostrar todos os cantinhos da Melborne.

- Ok, vou tomar um banho e já te encontro.


Me levantei num salto. Eu não tinha o costume de acordar muito tarde e meu corpo doía pelo tempo que eu passei parada numa mesma posição. Tomei um banho rápido e procurei o que vestir. Nada parecia tão elegante quanto as roupas de Raven, mas em outras circunstâncias eu nunca teria me importado. Você está aqui pra estudar, não para participar e um desfile de moda ou algo do tipo, lembrei-me. Acabei colocando um vestido leve, simples e neutro, assim não correria o risco de outra humilhação pública por destoar demais.


Desci o andar - de escadas, não de elevador, eu ainda tinha pavor daquilo - e pude observar um pouco mais. Aquele lugar era simplesmente deslumbrante. Coisa de filme, desses que se passam em alguma época no futuro. De dia, aquela escola parecia-se com um palácio, tirando é claro, a realeza. Os alunos eram príncipes e e princesas de bolsos cheios, mas os cérebros eram completamente vazios. Ri de minha piada interna e voltei minha atenção para o hall de convivência. O lugar estava cheio. Ótimo, como vou achar a Rae nessa multidão? falei comigo mesma.


De um pontinho mínimo enxerguei a barra de seu vestido que, por sorte, hoje era colorido e chamava a atenção. Fui me enfiando pelos cantos, desviando das pessoas e tentando alcançá-la, enquanto ela se movia rapidamente, engatando uma conversa animada com algumas meninas, no mínimo, diferentes.


- Ei, não olha por onde anda, não? - uma voz masculina se sobrepôs às outras.

- Perdão! - falei por educação, sem ao menos enxergá-lo direito. Apenas o lampejo de seus olhos castanho-esverdeados fixou-se à minha mente, fazendo-me estremecer de maneira involuntária. Aquela visão de alguma foma me era familiar.O garoto virou-se antes que eu pudesse concluir de onde o conhecia. Dei de ombros e voltei-me para a direção onde Raven estava agora parada e acenando. Encolhi-me mais uma vez entre as pessoas e finalmente a alcancei.


- Pra alguém que vem de uma ilha atrasada, você até que é bem rápida. - ela disse rindo, assim que me posicionei ao seu lado.

- Ãhn? - não entendi.

- Esquece o que eu disse, Zara! - ela balançou as mãos, deixando pra lá. - Vamos almoçar? - meu estômago revirou-se e eu assenti. Desde o dia anterior não tinha experimentado nenhuma comida sólida. Apenas as pintchas, mas elas não eram o que se podia chamar de refeição. Raven fez nossos pedidos numa espécie de máquina e eu achei aquilo bem estranho, mas assim que nos sentamos e provei aquele alimento cheiroso tive certeza de que poderia comer dessas máquinas pelo resto da vida.


Enquanto almoçávamos, ela me falava do cronograma de aulas. Além das matérias convencionais também tínhamos algumas opcionais que incluíam danças, lutas, artes e várias outras que envolviam o uso da mente e equipamentos robotizados, mas que só podiam ser feitas por alunos classificados como acima da média. Eles passavam o dia inteiro nos laboratórios, fazendo pesquisas e descobrindo novas tecnologias. De início achei tudo meio sinistro demais, mas ao mesmo tempo era bastante interessante. No meio da conversa, reparei que alguém nos encarava. Fiz um esforço para descobrir quem era porém, não lembrei daquele olhar penetrante.


- Raven, você conhece aquele garoto? Ele não tira os olhos daqui. - ela riu e puxou meu rosto para que eu desviasse os olhos dele.

- Aquele é o Joshua. - ela disse, meio desconfiada - Olha, ele pode ser muito bonito, mas não me leve à mal, eu não apostaria minhas fichas nele.

- Por que não? - Encarei-a, unindo as sobrancelhas.

- Porque ele é um deles. - fiz uma expressão de confusão outra vez. Ela continuou - Josh é um dos nerds que trabalham no laboratório. Aliás, todos daquela mesa são. - olhei na direção deles. Havia mais dois garotos e uma menina sentados também, e eles tinham inciado uma conversa baixa, quase que sussurrando uns para os outros - Eles podem ser legais, mas eu não confio neles. Não mesmo.


Continuei a encará-los por mais alguns segundos. Raven tinha razão, eles eram muito bonitos. Tanto os meninos, quanto a única menina. Mas havia um de quem eu não conseguia desviar a atenção. Alguma coisa em mim dizia que já nos conhecíamos.


- Zara? - voltei minha atenção novamente para a nossa mesa - Não estou dizendo pra não falar com eles, ok? Só tome cuidado. - fiz que sim com a cabeça e voltei a comer. Logo surgiram outros assuntos e umas meninas vieram sentar conosco. Eu estava me divertindo muito com elas e suas histórias loucas, mas alguma coisa sempre me levava de volta àqueles olhos.


Passamos o resto do dia conhecendo mais um pouco da Academia. Não vimos tudo, eu ainda tinha o resto da semana para apreciar cada canto da Melborne High antes das aulas começarem. E também estava muito curiosa para saber como seria o resto dos calouros. Raven me disse que esse ano teriam muitos intercambistas, o que me deixou um pouco mais segura. Nos dias seguintes visitamos o restante da escola e eu já estava me acostumando ao ritmo do lugar. Não podíamos sair dali, apenas nos fins de semana, o que nos deixava com poucas opções, mas levando em conta o ritmo de Moontsun, eu poderia dizer que já estava acostumada ao ócio.


Finalmente a sexta-feira chegou e eu não via a hora de receber a correspondência dos meus pais. À tarde, um homem robusto e de pele clara apareceu numa das telas espalhadas pelo quarto, avisando-me. Dei um pulo com o susto, assim como acontecia todas as vezes em que as máquinas começavam a funcionar "sozinhas", mas logo me recuperei.


Me dirigi à uma espécie de tubo no hall central, que distribuía as correspondências, peguei a minha e corri de volta para o quarto, literalmente. Era uma pequena caixa, fechada com um laço de fita, onde estava escrito "Estamos com saudade, querida" na minha língua natal. Enxuguei uma lágrima que escorria teimosa, e abri um enorme sorriso ao desenrolar o embrulho. Lá dentro, haviam vários presentinhos, mas um me chamou a atenção. Era uma carta, escrita com a letra de Rannash. Segurei o papel com as duas mãos e comecei a ler.



Gente, muuuito obrigada mesmo pelos comentários, tanto pelo facebook, quanto pelo meu outro blog e por aqui! Espero que estejam gostando (:

4 comentários:

Natascha Oliveira disse...

Joshua, o nerd!! rsrsr!
Fiquei curiosa nessa bagaça,agora. O que é que o Josh vai fazer?

Thais Cristina, disse...

KKKKKKKKKK, adoooro curiosidade! -n
Josh vai ser um ponto de interrogação gigante pra Zara, só digo isso! rs

Carolina Cristina disse...

Eba, o Josh apareceu, e nerd! *-* \o/
Só eu me lembrei de Crepúsculo nesse cap.? o.O
Thais, me avise qnd postar o cap. 4, hein? Vc já sabe q eu adoro td o q escreve ;)

Thais Cristina, disse...

Haushaushua, e não é que ele apareceu, amiga? rs
Nerd, quem diria, kk
Pode deixar, aviso sim (:

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